Intervenções Públicas Maria da Graça Carvalho defende ciência aberta mas segura

Eventos | 08-09-2021

Maria da Graça Carvalho participou esta quarta-feira, dia 8 de setembro, na conferência "Compete or cooperate: What’s the new normal for global R&D?", organizada pelo Science Businness. A eurodeputada do PPE foi uma das oradoras convidadas a falar no painel intitulado "Quantum computing: Will a global strategy emerge?" e, na sua intervenção, abordou a necessidade de repensar a forma como lidamos com a investigação e a inovação a nível global.

"Para lidar com as questões que nos preocupam, como saúde, bem-estar, desigualdades ou alterações climáticas, a investigação e a inovação são extremamente importantes. Mas quaisquer progressos esbarram na necessidade de encontrar um equilíbrio entre duas prioridades que entram em conflito - a necessidade de uma ciência aberta à competição e a necessidade de garantir segurança - e isso é algo que deve ser tratado com urgência a nível internacional. O que vemos é essas duas necessidades - abertura e segurança - num conflito maior do que nunca. E este conflito vai aprofundar-se à medida que a computação quântica, a inteligência artificial, a edição de genes e outras tecnologias estratégicas se vão implementando em todo o mundo. Qualquer coisa em que possamos pensar pode ser arriscado e útil ao mesmo tempo. Em relação à commputação quântica, na UE temos regras fortes e prioridades éticas para regulá-la", afirmou a ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior.

"A maneira como encontramos o equilíbrio certo entre essas duas prioridades em conflito afeta muitas outras decisões que devemos tomar. Precisamos discutir com urgência como podemos fortalecer a investigação de base e como aplicá-la de forma a garantir soluções equitativas, humanitárias e sustentáveis ​​para os desafios globais que enfrentamos. Devemos aproveitar e regular as tecnologias digitais emergentes de forma objetiva e justa. Devemos desenvolver abordagens criativas para o desenvolvimento de infraestruturas e encontrar formas criativas de partilhar o nosso trabalho para o bem comum. É preciso um novo esforço global para mobilizar a nossa inteligência coletiva para repensar o que em ciência e tecnologia chamamos de aberto e fechado; sobre o que é público e o que é privado; sobre o que é para toda a humanidade e o que é nacional", sublinhou a eurodeputada, que foi conselheira principal da Comissão Europeia para as áreas da Ciência e Inovação.

 
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