Imprensa Instituto do PSD promove conferências com Moedas e Barroso para evocar 40 anos da morte de Sá Carneiro

Notícias | 02-08-2020 in Público

Maria da Graça Carvalho quer lançar prémio científico com nome do fundador e primeiro-ministro do PSD

Sofia Rodrigues

A nova presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro, Maria da Graça Carvalho, reconhece que é preciso divulgar o “pensamento intemporal” do fundador do PSD, Francisco Sá Carneiro. A pretexto dos 40 anos da sua morte – que se assinalam em Dezembro próximo - estão a ser preparadas algumas iniciativas a realizar em modelo ainda a apurar consoante a evolução da pandemia. Há já dois seminários marcados para Setembro: o primeiro com o ex-comissário europeu Carlos Moedas e o segundo com Durão Barroso, antigo presidente da Comissão Europeia.

“Sá Carneiro é visto como uma personalidade que pertence ao PSD, mas pertence a todos os portugueses desta área da social-democracia. O seu pensamento é intemporal, vale a pena dar a conhecer, em especial aos mais jovens”, afirma ao PÚBLICO Maria da Graça Carvalho, que assumiu a presidência do instituto na semana passada.

Uma das iniciativas em preparação é a realização de seminários, que têm prevista uma intervenção dos oradores convidados e abrem espaço para o debate com participantes, num modelo que ainda será escolhido entre o totalmente presencial, apenas à distância ou num formato misto, dependendo da situação da covid-19. De qualquer forma, as intervenções dos oradores são disponibilizadas no site do instituto e nas redes sociais. Carlos Moedas fará a estreia no dia 10 de Setembro e Durão Barroso é o convidado a 22 de Setembro.

A pretexto dos 40 anos da morte do antigo primeiro-ministro, o instituto prepara conferências sobre a recuperação económica da crise e a aplicação dos fundos comunitários, entre outros temas. “Muito do que Francisco Sá Carneiro disse aplica-se à situação de hoje, mesmo na pandemia”, sustenta Graça Carvalho.

Na evocação da morte de Sá Carneiro aos 46 anos, na sequência da queda de um avião em Camarate, onde seguia também o fundador do CDS Amaro da Costa, está prevista a criação de um prémio científico para jovens investigadores com o nome do fundador do PSD nas áreas da ciência política e inovação social.

Para Maria da Graça Carvalho, é importante reflectir sobre a social democracia nos dias de hoje. “Essa discussão voltou a ser feita no Partido Popular Europeu (PPE), revisitámos os documentos porque se coloca a questão de se saber que partidos cabem no PPE. É também discutir a nível nacional com o aparecimento de partidos populistas”, afirma a ex-ministra da Ciência e Ensino Superior nos Governos liderados por Durão Barroso e por Santana Lopes.

Com os populismos e nacionalismos a desenvolverem-se na Europa, a social-democracia está em perigo? “Acho que não. É uma luta constante. As últimas eleições europeias mostraram que não. Os partidos europeístas e que partilham princípios da liberdade e de economia social de mercado têm a maioria do Parlamento Europeu. Não aconteceu o que se temia”, sustenta.

Fundado em Setembro de 1980, o instituto assinala também este ano o 40.º aniversário e essa data é também motivo para publicação de livros sobre a história do organismo e dos seus fundadores, além de outros eventos, que terão no lugar no próximo ano para não coincidir com a evocação de Sá Carneiro.

Na linha de acção da presidente do instituto está também a promoção da ligação a universidades e associações empresariais, abrindo caminho a bolsas de empreendedorismo e estágios, além de dar continuidade a iniciativas como a Universidade de Verão. Outro dos eixos de intervenção é a internacionalização através de parcerias com instituições semelhantes na Europa, Estados Unidos e nos países de língua oficial portuguesa, no sentido de permitir um intercâmbio entre os agentes desta área ideológica.

Eleita eurodeputada em 2019 (depois de um primeiro mandato em 2009-2014), Graça Carvalho foi considerada uma das dez eurodeputadas mais influentes na área do digital no Parlamento Europeu. “É uma área profissional em que as mulheres ainda estão muito pouco presentes e isso pode levar a um fosso ainda maior no futuro em relação aos homens”, afirma.

Sá Carneiro é visto como uma personalidade que pertence ao PSD, mas pertence a todos os portugueses desta área da social-democracia. O seu pensamento é intemporal, vale a pena dar a conhecer, em especial aos mais jovens Maria Graça Carvalho

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