Imprensa Maria da Garça Carvalho: “Foram à minha turma e perguntaram o que é que nos queríamos ser. E eu disse: «Eu quero ser Engenheira Mecânica»”

Notícias | 03-04-2023 in Mulheres com H

Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do PSD, foi a segunda convidada da rúbrica “Mulheres com H”, promovida pelo Diário do Alentejo e conduzida por Margarida Duarte Patriarca. Falou sobre a sua infância em Beja, sobre os investimentos necessários para esta região e ainda sobre as prioridades que sempre a orientaram no seu trabalho.

Aos treze anos, quando, numa aula do liceu, um jornalista de visita lhe perguntou “o que queria ser quando fosse grande”, Maria da Graça Carvalho respondeu, decidida: “Engenheira Mecânica”. O jornalista, admirado, perguntou-lhe porquê, e daí nasceu o artigo, que ainda hoje lhe serve de recordação, onde a jovem Graça Carvalho explica: “eu gosto de física, gosto de matemática, gosto de fazer coisas… como não gosto de química quero ser engenheira mecânica”.

A decisão levá-la-ia, anos depois, a viajar de Beja para Lisboa, de forma a estudar no Instituto Superior Técnico, num curso onde apenas estudavam “duas raparigas”.  A necessidade de afirmação pela positiva, num ambiente de dificuldades, ditou o seu grande esforço “para ser a melhor” e para ter “as melhores notas”. Nasceria também aí a vontade de, anos mais tarde, como Professora Catedrática, abrir a faculdade aos mais novos, recebendo todas as raparigas que, como ela, tivessem a vontade de seguir o caminho das engenharias.

A luta pelos direitos das mulheres é, ainda hoje, uma das prioridades que segue no seu trabalho no Parlamento Europeu. Acredita que “as mulheres não têm medo do mérito”, pois “quando temos só mérito na escolha as mulheres ficam muito bem colocadas”, e pretende que o critério de escolha “seja só o mérito”, e não as “redes de conhecimento” ou “perguntas subjetivas”, que prejudicam as mulheres. Para tal, defende a necessidade de se “ter mais mulheres no sistema”, objetivo para o qual trabalha no Parlamento Europeu, nas suas intervenções públicas e na redação de diretivas como a Women On Boards.

Ao longo da sua carreira, não esqueceu também Beja e toda a região do Baixo Alentejo, lugar que a viu nascer e crescer, onde ainda hoje “gosta de voltar”, e onde foi “muito feliz”. Neste âmbito, relembra que a sua “maior conquista” profissional foi o trabalho que conseguiu fazer por esta região enquanto Ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior, destacando as “conversões de escolas de enfermagem em escolas de saúde”.

Hoje, como eurodeputada pelo PSD ao Parlamento Europeu, trabalha ainda de forma determinada pelo financiamento a esta região. Mas “não basta executar o dinheiro. É preciso que ele seja executado em coisas que sirvam para o desenvolvimento de todo o território”. Neste sentido, o Baixo Alentejo necessita de investir em “acessibilidades, na autoestrada” e “na ferrovia”, uma grande insuficiência portuguesa face à Europa, assim como em “acessibilidades digitais”, em “condições de saúde” e “na parte do ensino”, área em que “Beja sempre teve tradição de bom ensino público”.

 

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