Atividade Parlamentar Maria da Graça Carvalho lembra que EuroHPC pretende dotar a UE da melhor rede de supercomputadores do mundo

Intervenções em Plenário | 23-06-2021

O Parlamento Europeu debateu esta quarta-feira (e vota esta quinta-feira) o relatório da eurodeputada Maria da Graça Carvalho sobre "EuroHPC: Empresa Comum para a Computação Europeia de Alto Desempenho". Na exposição que fez em plenário, a eurodeputada, que é vice-coordenadora do PPE na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE), lembrou que a EuroHPC, com um orçamento de 8 mil milhões, tem por objetivo dotar a União Europeia da melhor rede de supercomputadores do mundo. Em Portugal, mais propriamente em Guimarães, será instalado um deles: o Deucalion. Leia abaixo nesta página a intervenção completa da eurodeputada Maria da Graça Carvalho, realizada na mini-sessão plenária de Bruxelas, este dia 23 de junho. 

"Senhor Presidente, Senhora Comissária, Caros colegas,

A Empresa Comum para a Computação Europeia de Alto Desempenho (EuroHPC), com um orçamento de 8 mil milhões de euros para o período 2021-2023, tem como grande meta dotar a Europa da melhor rede de supercomputadores do mundo.

O relatório acompanha esse objetivo. Mas visa ainda, e acima de tudo, garantir que o EuroHPC irá servir todos os Estados membros, quer estes tenham ou não sido selecionados para acolher os supercomputadores. E que irá igualmente servir as pessoas, as empresas (incluindo as pequenas e médias empresas), as instituições de investigação, as universidades e as administrações.

No fundo, pretendemos assegurar que esta importante infraestrutura, na qual iremos investir, será um verdadeiro motor de transformação, alinhado com os principais objetivos de desenvolvimento e de sustentabilidade da União Europeia.

Ajudando-nos a combater as alterações climáticas; a modernizar as nossas indústrias, as nossas cidades e os nossos transportes; a estudar as origens e a evolução das pandemias; e a desenvolver novos medicamentos e vacinas que salvam vidas.

O relatório baseia-se no princípio de que a primeira forma de medir o sucesso desta parceria será o nível de envolvimento, acesso e sensibilização que seja capaz de gerar junto dos potenciais utilizadores.
Isso significa dar acesso às infraestruturas, aos serviços e aos dados, tendo a abertura, a transparência e a simplificação como pedras angulares.

Prestando particular atenção às Pequenas e Médias Empresas e às novas empresas, evitando taxas elevadas de utilização e outras barreiras ao acesso que possam ser desencorajadoras;
Cultivando, por parte de quem irá gerir esta infraestrutura, uma atitude proactiva de divulgação dos serviços prestados, bem como de acesso aos dados.
E envolvendo ativamente as partes interessadas nos processos de decisão. Razão pela qual propomos a criação de um Fórum de Utilizadores, com um papel de aconselhamento.

A fim de tirar pleno partido deste investimento, terá de ser criado um ecossistema de excelência, acessível a todas as partes interessadas, independentemente da sua região de origem ou dimensão. Para o conseguir será necessário aumentar as capacidades de muitos intervenientes. Por esse motivo, a criação de sinergias e complementaridades com outros programas da UE, nomeadamente com os fundos regionais, o InvestEU e os fundos de recuperação e de resiliência, terá de acontecer de uma forma simples, prática e eficaz.

A criação do ecossistema em torno desta rede de supercomputadores também implicará incentivar atividades de investigação científica e inovação, nomeadamente na área do hardware, com destaque para os microprocessadores. Temos que reganhar a cultura da produção na Europa, principalmente nas tecnologias emergentes, como as tecnologias digitais. Deve igualmente ser dada relevância à investigação sobre computação quântica.

Para beneficiar plenamente destas capacidades, a UE terá ainda de desenvolver qualificações e competências, prestando especial atenção ao aumento da participação das mulheres e promovendo uma ampla divulgação e sensibilização para as oportunidades de melhorar as competências digitais.

O EuroHPC deve também garantir a visibilidade das suas atividades junto dos cidadãos.

O respeito pelas práticas ambientalmente responsáveis no funcionamento destes supercomputadores e da sua rede é outro desafio. Como sabemos, os supercomputadores consomem muita energia, pelo que é fundamental adotar estratégias de eficiência energética e de utilização de energia limpa, sempre que possível.

Termino agradecendo o forte apoio dado a este relatório pelos diferentes grupos políticos. Aos meus colegas, a todos os envolvidos neste projeto, o meu Muito obrigada! O mérito dessa aceitação é do próprio projeto e da sua ambição. No fundo, todos concordamos com a grande importância estratégica deste investimento para o futuro da União.

Muito obrigada!"

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