Press Editorial. Independência energética e igualdade de género

Press Releases | 31-03-2022 in Newsletter

A guerra na Ucrânia tem marcado os trabalhos nas instituições da União Europeia: da aprovação de sanções contra a Rússia de Vladimir Putin e da ajuda aos refugiados, passando pelo reforço das capacidades e dos orçamentos de Defesa, até ao debate sobre a necessidade de acelerar a independência da energia russa. Nesse contexto, em março insisti, em várias intervenções no Parlamento Europeu e nos media, na necessidade de uma redução imediata dos impostos na área da energia e na importância de aumentar as interligações energéticas entre a Península Ibérica e o resto da UE.

Na Comissão do Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar (ENVI), em representação da Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE), da qual sou vice-coordenadora pelo Grupo do Partido Popular Europeu (PPE), frisei perante o vice-presidente da Comissão Europeia Frans Timmermans a importância de se incluir a interligação dos Pirenéus na próxima lista de projetos de interesse comum.

Logo no início de março promovi, em conjunto com a minha colega Lídia Pereira, o envio de uma carta conjunta de eurodeputados do PSD (Portugal), Partido Popular (PP) e Os Republicanos (França) em defesa do fim do isolamento energético da Península Ibérica, dirigida aos presidentes do Conselho Europeu, da Comissão Europeia e do país atualmente na presidência do Conselho da UE, respetivamente, Charles Michel, Ursula von der Leyen e Emmanuel Macron.

Na qualidade de vice-presidente da Comissão das Pescas (PECH), reuni-me ainda, em Estrasburgo, com o comissário europeu do Ambiente, Oceanos e Pescas, Virginijus Sinkevičius, o qual indicou que a Comissão estava a trabalhar num conjunto de medidas específicas para apoiar o setor das pescas, tendo em conta as consequências por este sofridas, face ao aumento dos preços dos combustíveis.

A Comissão Europeia apresentou, entretanto, a iniciativa RepowerEU, que é positiva, mas carece de ambição e clareza nas medidas de curto e médio prazo. “Precisamos de um guião, com passos concretos. Mapeando as capacidades existentes. E dando resposta às necessidades de novas infraestruturas. Tais como terminais de gás natural liquefeito e interligações, nomeadamente a interligação da Península Ibérica", disse numa intervenção que fiz em plenário.

No contexto da transição verde que a UE tem que fazer, não só por causa da Rússia, apresentei a proposta de parecer sobre a Nova Estratégia Industrial Europeia, do qual sou relatora na Comissão do Mercado Interno e Direitos dos Consumidores (IMCO) e no qual friso a importância de se reforçar a competitividade das PME.

Fiz ainda outras intervenções sobre o relatório “Guião para a Década Digital”, na qualidade de relatora-sombra do parecer da Comissão IMCO destinado à ITRE. “Apenas 17% dos profissionais nas TIC são mulheres. Não é apenas uma questão de direitos das mulheres. É também uma questão de competitividade da nossa sociedade atrair mais mulheres para as áreas TIC", assinalei, na ITRE.

No capítulo da igualdade de género, março foi um mês positivo, pois após uma década de bloqueio os eurodeputados das comissões dos Assuntos Jurídicos (JURI) e dos Direitos das Mulheres e Igualdade dos Géneros (FEMM) aprovaram o início de negociações interinstitucionais, envolvendo o PE e o Conselho, sobre a diretiva que visa maior participação das mulheres nos Conselhos de Administração das empresas cotadas em bolsa, a chamada diretiva Women on Boards, da qual sou relatora-sombra na FEMM.

Julgo que evoluímos finalmente para uma nova fase onde se admite que o que está em causa é simplesmente materializar, sob a forma de metas mensuráveis (40%), os princípios de igualdade que já constam da ordem jurídica de todos os países da UE. Se os mercados de trabalho já têm uma representação próxima de 50% de cada género, se as mulheres até têm vindo a suplantar os homens ao nível das habilitações médias, não existe justificação razoável para a disparidade nos cargos de administração.

Em março recebi ainda a notícia de que estou entre os finalistas dos prestigiados MEP Awards, atribuídos pela 'Parliament Magazine', em duas categorias distintas: Estratégia Digital e Mercado Único e Futuro da UE e Inovação. É uma grande alegria porque significa a validação do trabalho que tenho vindo a desenvolver. Não trabalhamos para prémios e nomeações, mas estes têm a importância de nos confirmarem que há quem acompanhe e valorize o que fazemos enquanto eurodeputados. Os nomes dos vencedores serão conhecidos no próximo dia 29 de junho.

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