Press Iniciativa de Rui Tavares começa a contagiar outros eurodeputados portugueses

News | 16-11-2010

Artigo de Bárbara Wong (Ver artigo completo)

Eurodeputado bloquista doa parte do seu salário para bolsas de investigação. Correia de Campos, do PS, tem projecto parecido. 

Foi em Junho que o eurodeputado bloquista Rui Tavares anunciou que pretendia doar 1500 euros mensais para bolsas de estudo. No domingo, foram conhecidos os vencedores. São sete e com projectos que vão da cultura à ciência, passando pela investigação política e pela arte.

A ideia pode abrir portas a que outros eurodeputados a sigam, como é o caso de António Correia de Campos, o ex-ministro da Saúde do PS, que vai "desenvolver uma iniciativa semelhante". Também há quem diga fazê-lo, mas prefira a "discrição e não a publicidade, em tudo o que diz respeito ao destino a dar a recursos individuais", como o social-democrata Paulo Rangel. "Mas não sou capaz de criticar quem faz o bem e o dá a saber aos outros", reconhece.

A Rui Tavares juntaram-se três dos quatro humoristas dos Gato Fedorento, Ricardo Araújo Pereira, Miguel Góis e Zé Diogo Quintela. Assim, o valor a distribuir mensalmente subiu para o dobro. Ao todo, serão distribuídos mais de 34 mil euros.

Ontem, o PÚBLICO fez uma ronda pelos 22 eurodeputados portugueses e recebeu apenas sete respostas. Ana Gomes e Edite Estrela não respondem, a primeira porque "não pretende fazer nenhum comentário"; a segunda por estar fora, em trabalho sem disponibilidade.

O PÚBLICO perguntou o que pensam os eurodeputados da iniciativa de Tavares; se seriam capazes de fazer algo parecido e em que áreas.

Correia de Campos, do PS, Maria da Graça Carvalho e Paulo Rangel, ambos do PSD, consideram que a iniciativa é de louvar e deve ser aplaudida. O ex-ministro da Saúde considera que as acções que premeiem "o conhecimento, a inovação, a educação, o desenvolvimento de novas áreas de acção ou de investigação são de acarinhar". Por isso, o seu gabinete está a desenvolver uma "iniciativa semelhante". Correia de Campos vai pegar em "verba própria da dotação" do seu gabinete e criar um programa de estágios para recém-licenciados, a começar já em Janeiro. O objectivo é que estes façam um estágio de três meses, com possibilidade de ser prolongado, inseridos na sua equipa.

A ex-ministra da Ciência e do Ensino Superior Graça Carvalho recorda que todo o seu percurso tem sido "dedicado aos jovens" e ao seu desenvolvimento académico. A eurodeputada recorda a sua experiência enquanto professora do Instituto Superior Técnico, em Lisboa, e das bolsas que mais de 40 alunos receberam. "Abdiquei de receber remunerações desses projectos por forma a que o financiamento obtido fosse aplicado integralmente em bolsas de investigação e equipamento científico", revela.

Apesar da iniciativa de Rui Tavares ser um "exemplo", ""em política, é mais importante o trabalho estruturado", diz Rangel. Nesse sentido, defende o trabalho que Graça Carvalho está a fazer na Europa, com o objectivo de criar bolsas para jovens investigadores, em programas europeus de investigação e inovação.

Os deputados do BE Marisa Matias e Miguel Portas "gostam da ideia" e consideram que as perguntas do PÚBLICO "aplicam-se de forma mais efectiva aos membros das outras delegações", não respondendo.

Versão on-line http://www.publico.pt/Educação/iniciativa-de-rui-tavares-comeca-a-contagiar-outros-eurodeputados-portugueses_1466371

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