Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do Grupo do PPE e membro de várias comissões especializadas no Parlamento Europeu, participou esta segunda-feira, dia 21 de março, no programa "A Europa que Queremos", do "Público", para debater o tema do futuro da economia numa Europa em transição. O debate, organizado na Universidade de Évora, no âmbito do Departamento de Economia da universidade e do seu curso em Relações Internacionais e Estudos Europeus, decorreu em formato híbrido e, além de estudantes e professores, contou ainda com a participação dos eurodeputados Francisco Guerreiro (Verdes/ALE) e Pedro Silva Pereira (S&D). A moderação desta discussão sobre o futuro da Europa esteve a cargo das jornalistas Helena Pereira e Sónia Sapage.
"O Conselho Europeu [dos dias 24 e 25 de março] terá que dar uma resposta bastante coesa em relação às questões da energia. A Europa deixou para trás as questões de segurança e abastecimento. Estamos muito dependentes da Rússia. Temos que ter uma solução de diversificação das fontes de energia. Continuar com o percurso de luta contra as alterações climáticas, investindo em energias renováveis, baratas para os consumidores e para as empresas. Não fizemos muito, por exemplo, nas interligações que cobrissem toda a Europa, tanto nas interligações elétricas como nas do gás. Mas as energias renováveis ainda são intermitentes e, como engenheira, penso que ainda vamos continuar a precisar de gás, como transição, durante alguns anos. Temos que diversificar, ter alternativas ao gás da Rússia, importando gás liquefeito, que chega em navios, a vários portos da Península Ibérica. Mas como não há interligações, depois o resto da Europa não pode beneficiar e, por isso, é importante a aposta nas interligações", afirmou Maria da Graça Carvalho, vice-coordenadora do PPE na Comissão da Indústria, Investigação e Energia (ITRE).
"Há, portanto, um papel importante da Península Ibérica, não só para as necessidades, como produtor de energia limpa, mas também como exportador para o resto da Europa, que tanto precisa. Queria também aqui acentuar que é muito importante que estes investimentos, nas redes elétricas, nas redes de gás ou até na área da Defesa, não tenham impacto noutros investimentos já aprovados, nomeadamente na área da Ciência e da Inovação. Já no tempo do Plano Juncker, nada contra esse plano, foram buscar fundos ao programa de Ciência e Inovação, que na altura se chamava Horizonte 2020. Os financiamentos para Ciência são muito imprtantes. Para a Europa e para Portugal. Estes programas são essenciais e não podemos diminuir os financiamentos destas prioridades para fazer face a outros novos desafios", sublinhou, na fase de perguntas do público, a ex-ministra da Ciência, Educação e Ensino Superior e relatora do Parlamento Europeu para as parcerias estratégias do programa-quadro Horizonte Europa.