Maria da Graça Carvalho participou esta quarta-feira, dia 5 de maio, na conferência "How the proposed European Partnership on Metrology supports the digital and green transition", organizada pelo Instituto Português da Qualidade (IPQ) e pela European Association of National Metrology Institutes (Euramet), no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da UE. A eurodeputada e vice-coordenadora do PPE na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE) é igualmente relatora do Parlamento Europeu para as parcerias do Horizonte Europa, programa-quadro da UE para a Inovação e Investigação, sendo uma delas precisamente na área da Metrologia.
"A metrologia, ciência que trata de todos os aspectos teóricos e práticos da medição, é, portanto, uma ferramenta essencial ao serviço de todas as áreas do conhecimento. Faz a ciência funcionar. Faz a tecnologia funcionar. Faz as sociedades evoluírem. Permite-nos saber onde estamos, se estamos a lidar com uma pandemia ou a implementar mudanças disruptivas, como as transições Verde e Digital", começou por dizer a eurodeputada, acrescentando que esta é uma ferramenta igualmente importante para regulamentações ambientais e para definir os padrões em termos de contaminação de alimentos e solos. Além disso, notou, é possível pensar em muitas outras áreas que beneficiarão da metrologia, desde a área do digital, à da saúde, passando pela educação e até pela política e pela proteção da própria democracia.
Na sua proposta de parceria público-público, indicou Maria da Graça Carvalho, a Comissão Europeia reconhece plenamente o papel da Metrologia como “um facilitador de todos os campos científicos e tecnológicos” e como “um facilitador chave de todas as atividades sociais e económicas”. E disse que, na qualidade de relatora da posição do Parlamento Europeu sobre as parcerias do programa-quadro Horizonte Europa, entre elas a da Metrologia, partilha muito daquilo que são o diagnóstico e ambições da proposta da Comissão. E deixou três exemplos à assistência desta conferência promovida pelo IPQ e pela Euramet: "fortalecer a componente estratégica da Metrologia, reforçar o papel das partes interessadas, como universidades e indústria e desenvolver, de forma proativa, aplicações de metrologia para áreas científicas emergentes e com um melhor foco nos principais desafios da sociedade".
Apesar disso, a ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior, que acabou de entregar o seu relatório sobre as parcerias do Horizonte Europa, entre as quais a relativa à Metrologia, sublinhou que não deixou de fazer várias recomendações relativas à proposta apresentada pela Comissão. "Esse meu relatório, como todos os meus relatórios na área da Ciência e da Inovação, orienta-se pelo princípio de que, por ser a Metrologia uma ciência que beneficia todas as áreas do conhecimento e afeta a sociedade e a economia, ela deve ser mais aberta, transparente e acessível a todos os interessados", afirmou, realçando que "a simplificação deve ser a regra em todos os procedimentos", que "deve ser feito um grande esforço para aumentar a visibilidade do papel da Metrologia entre a população em geral", que "os projetos apresentados devem estar alinhados com as prioridades da União Europeia, especialmente com as transições Verde e Digital" e que devem, por isso, ser estabelecidas "sinergias e complementaridades com outros objetivos, programas e fundos regionais da UE".